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Bella Ramsey segura a 2ª temporada de ‘The Last of Us’? Crítica do episódio 3 analisa a nova fase

O que você verá aqui:

Depois da brutal reviravolta do episódio 2, The Last of Us retorna em The Path, exibido neste domingo, 27, na HBO e no streaming Max. A produção enfrenta agora o desafio de se reinventar após a morte de Joel (Pedro Pascal), um dos pilares emocionais da história. O episódio aposta em uma abordagem mais introspectiva, focada no impacto da perda sobre Ellie (Bella Ramsey) e na construção da relação dela com Dina (Isabela Merced). Em meio ao luto, a série planta as sementes para uma nova fase — mas enfrenta riscos no caminho.

Ellie e Dina tentam assumir o protagonismo após a perda de Joel

Desde sua primeira temporada, The Last of Us se apoiou na química de dois protagonistas: Joel e Ellie, com os demais personagens orbitando esse núcleo para a jornada emocional da dupla. Agora, com a ausência de Pedro Pascal, a série enfrenta seu maior desafio: sustentar o peso dramático apenas nas costas de Bella Ramsey — e talvez de sua parceria com Isabela Merced como Dina.

Sem pressa, o episódio aposta na dor silenciosa para construir a transição narrativa que definirá o restante da temporada. Em vez de partir para a ação imediata, a série mergulha nos traumas deixados pela perda de Joel. Se o segundo episódio explodiu em violência e emoção, o terceiro é um suspiro sofrido — necessário, mas irregular em seu ritmo.

É um capítulo de luto, transição e preparação. No entanto, apesar da beleza de alguns momentos, nem tudo funciona com a mesma força que a série acostumou o público desde sua estreia.

Bella Ramsey oscila em atuação solo, mas brilha em momentos emocionais

Ramsey tem momentos brilhantes: a sequência em que explora o quarto de Joel e encontra seus objetos pessoais é de partir o coração. A referência visual a O Segredo de Brokeback Mountain — Ellie chorando sobre o casaco de Joel — é forte e intencional, evocando a memória do luto silencioso de Heath Ledger.

No entanto, é impossível ignorar que Ramsey ainda oscila. Ao tentar transmitir um estado de anestesia emocional, a atriz também cria uma barreira com o espectador. Sua Ellie parece tão dissociada que, em muitos momentos, tira um pouco da imersão. Isso fica claro especialmente nas cenas solitárias, em que a ausência de reação parece menos uma escolha consciente da personagem e mais uma dificuldade de transmitir camadas internas.

A grande exceção é a sequência no cemitério: ali, sem diálogos, apenas na linguagem corporal, Ramsey atinge uma rara potência emocional, provando que, em seu melhor momento, é capaz de carregar a série nas costas.

Ainda assim, é notório como Ramsey cresce ao contracenar com outros atores. Na primeira temporada, seu contraponto era Joel; agora, é Dina. A dinâmica entre Ellie e Dina funciona muito melhor, trazendo à tona a vulnerabilidade e a esperança que ainda sobrevivem em Ellie.

Bella Ramsey como Ellie em cena da 2ª temporada de The Last of Us: Ellie encara túmulo de Joel (Pedro Pascal) ao pôr do sol
Bella Ramsey surpreendeu em cena do cemitério (Crédito: HBO)

Ellie e Dina: será que a nova dupla sustentará The Last of Us?

A amizade (e o potencial romance) entre Ellie e Dina é a principal fonte de calor humano no episódio. Conversas tímidas, brincadeiras durante a viagem e a cumplicidade silenciosa diante do horror das novas ameaças constroem uma relação que promete ganhar cada vez mais peso.

A química entre Ramsey e Merced é evidente e oferece um novo frescor à série. Juntas, elas sustentam alguns dos melhores diálogos do episódio. Em especial, a cena da conversa na barraca, durante a chuva, destaca a vulnerabilidade de ambas. A troca é natural e aponta para a construção emocional que deverá sustentar a temporada, especialmente à medida que Ellie mergulha cada vez mais em sua obsessão por vingança.

Se Dina e Ellie vão ocupar o espaço deixado por Joel e Ellie, apenas o tempo dirá. Mas, por ora, a sombra de Pedro Pascal ainda pesa — e faz falta.

Bella Ramsey e Isabela Merced como Ellie e Dina a cavalo em cena do episódio 3 da 2ª temporada de The Last of Us
Será que Bella Ramsey e Isabela Merced conseguirão segurar a série? (Crédito: HBO)

Gabriel Luna e Catherine O’Hara se destacam no episódio 3

Gabriel Luna entrega sua melhor atuação como Tommy até agora. Em cenas silenciosas, como a que limpa o corpo do irmão, o ator traduz toda a impotência, o carinho e a humanidade do personagem. É uma performance delicada, que sustenta o episódio quando a narrativa hesita.

Outro destaque absoluto do episódio é Catherine O’Hara como Gail. Em poucas cenas, a atriz cria uma terapeuta cínica, amarga e profundamente humana — um retrato raro de saúde mental num mundo apocalíptico.

A personagem traz verdades desconfortáveis sobre a natureza de Ellie, com uma atuação que oscila entre a ironia cortante e a tristeza genuína. Ainda assim, a série deixa em aberto o propósito exato de Gail na narrativa: será ela uma bússola moral, ou apenas mais um lembrete de que nem todos podem ser salvos?

Gabriel Luna e Catherine O'Hara em cena no episódio 3 da 2ª temporada de The Last of Us
Gabriel Luna e Catherine O’Hara em cena no episódio 3 da 2ª temporada (Crédito: HBO)

Mudanças do jogo para a série: acertos, riscos e novo ritmo narrativo

The Last of Us opta por mudanças importantes em relação ao game original. A batalha em Jackson, ausente no jogo, fornece uma justificativa emocional sólida para a hesitação da comunidade em apoiar Ellie. Já o salto de três meses na linha temporal é ousado: permite a digestão da perda, mas também prejudica a sensação de urgência que impulsiona a trama no jogo.

Seth em The Last of Us: preconceito, conservadorismo e apoio inesperado

Outro personagem que chama atenção é Seth (Robert John Burke), o morador de Jackson que, após ter protagonizado cenas de preconceito contra Ellie e Dina, surpreende ao apoiá-las em sua missão. Sua transformação soa crível: ele é movido não pela empatia, mas por um senso de justiça conservadora, ecoando figuras conhecidas no mundo real, como “trumpistas” ou “bolsonaristas”, que defendem a violência como solução.

Outro ajuste interessante é a humanização precoce dos Seraphitas, um movimento interessante para complexificar o cenário moral que se desenha em Seattle. No entanto, a pressa com que a série apresenta o WLF como uma força militar opressora poderia ter sido melhor construída para maximizar o impacto.

Cena de Seattle decepciona um pouco

Visualmente, a entrada em Seattle impressiona pela grandiosidade dos cenários destruídos e pelo contraste entre natureza e civilização ruída. No entanto, a revelação do poderio militar da WLF (Washington Liberation Front) — supostamente “uma pequena força”— é feita de maneira quase cartunesca. O paralelo é inevitável: lembra a famosa frase “enquanto isso, na Sala da Justiça”, dos desenhos animados e quadrinhos de super-heróis.

Ainda que a montagem rápida tire parte do impacto dramático, é impossível negar que a recriação de Seattle impressiona visualmente. A série respeita o espírito do jogo original, com paisagens grandiosas, natureza engolindo os arranha-céus e uma sensação constante de melancolia. É um cenário belíssimo para um enredo profundamente sombrio.

A tensão prometida está lá: Ellie e Dina vão entrar em um verdadeiro campo de guerra.

Onde assistir à 2ª temporada de The Last of Us

The Last of Us é exibida semanalmente aos domingos, às 22h, na HBO e na plataforma Max (antiga HBO Max). O terceiro episódio da segunda temporada, Wolves and Scars, já está disponível.

Leia também: críticas anteriores de The Last of Us

1ª temporada

2ª temporada

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