Confira a crítica do quarto episódio da já aclamada série The Last of Us, intitulado Please Hold My Hand no original (Por Favor Segure a Minha Mão, em tradução livre). Trata-se de um capítulo competente e, de nenhuma maneira ruim, mas a verdade é que considerando o que recebemos até agora, esse fica aquém do nível da série. Veja, abaixo, a crítica e recap do Filmelier. Assista ao trailer oficial do episódio 4 da 1ª temporada:
Fique atento: o texto a seguir contém spoilers do episódio 4 de The Last of Us.
The Last of Us acompanha jornada de Joel e Ellie pelos Estados Unidos pós apocalíptico
Acompanhamos nesse episódio Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) praticamente o tempo todo. Agora que finalmente conseguiram um carro funcional, após passarem pela vila de Bill (Nick Offerman), os nossos protagonistas seguem viagem. Pela trajetória, podemos enxergar mais do estado do mundo: paisagens desoladas, cenários inóspitos e abandono. Talvez esse seja o episódio que mais explorou a desolação, inclusive, até o momento. A jornada os leva até Kansas City, onde são emboscados e precisam se esconder sorrateiramente.
- Confira também: Por que The Last of Us mudou a história de Bill e Frank?
Diferenças entre jogo e série fortalecem a narrativa de Joel e Ellie

Entre a dupla, temos os indícios da conexão surgindo. Joel começa a amolecer, suas respostas ácidas aos poucos ficam mais bem-humoradas e, em certo ponto, ele até corresponde uma brincadeira de Ellie, que insiste em um livro de piadas. Ellie por sua vez se mantém provocativa e otimista, na medida do possível. Histórias são trocadas e os personagens se conhecem um pouco melhor.
É interessante inclusive notar como se estabelece a relação dos dois. No jogo, Bill os acompanha por um período, e as implicâncias de Ellie são voltadas para ele, enquanto Joel se mantém mais ranzinza e afastado. Com a morte do personagem no último episódio, podemos entender que esse papel é transferido para Joel. Outro marco importante no episódio e na relação é um momento que os dois entram em confronto com alguns atacantes: Joel é rendido e preso ao chão, sendo sufocado, antes de desmaiar, porém, Ellie acerta um tiro no inimigo com a arma que roubou da casa de Bill. Por mais que depois Joel confisque a arma, esse momento serve para estabelecer uma confiança maior, além de mostrar para Joel que Ellie também é capaz de se defender.
Precisa jogar The Last of Us para entender a série?
Não é preciso ter jogado The Last of Us para entender a série. Inclusive, a produção da HBO acrescentou alguns personagens e enredos inéditos à franquia.
Quais são os novos personagens de The Last of Us?

Paralelamente aos protagonistas, os espectadores acompanham a narrativa de uma nova personagem. Dentro da cidade de Kansas City, conhecemos uma mulher dura e impiedosa, enquanto ela interroga um médico. Pelo enredo, fica claro que ela não faz parte da FEDRA (grupo militar que controla as zonas urbanas), mas também entende-se que ela não está com os Vagalumes.
Esta mulher é interpretada pela atriz Melanie Lynskey (da série Yellowjackets), e tem uma presença marcante nos poucos minutos que ela aparece. Pelo pouco que vimos, pudemos entender que sua personagem se chama Kathleen, e ela aparenta ser a líder do grupo com quem está. No jogo não existe uma personagem de mesmo nome, ou contexto parecido, então é estabelecido que temos uma nova personagem. Conforme havia sido anunciado anteriormente, trata-se de um arco narrativo original da série. E esta é uma das principais mudanças em relação ao jogo.
Outra presença marcante é Jeffrey Pierce, que foi o dublador e fez a captura de performance do irmão de Joel, Tommy, no jogo The Last of Us de 2013 e na sequência de 2020, The Last of Us Part II. No episódio 4, ele interpreta um dos soldados do grupo de Kathleen, que coordena a patrulha da cidade.

The Last of Us está ótimo, mas tem muito espaço para melhorar
Considerações finais da crítica do episódio 4
Fazendo uma análise no contexto geral, a impressão que o episódio de The Last of Us deixou é que pouca coisa aconteceu em seu desenvolvimento para a história — e a narrativa soa um tanto estagnada.
Pode-se argumentar que o episódio anterior também não acrescenta muito ao enredo geral, é verdade. Mas, diferentemente, ele constrói uma história completa, com começo, meio e fim; uma crônica particular desse universo que se justifica plenamente e inclusive é belíssimo. Já nesse, pouca ação ocorre, e comparando com a intensidade dos outros episódios, realmente fica soando destoante, deixando a desejar em relação ao resto. Os pontos altos foram sem dúvidas o confronto com os atacantes e o final, que se encerra em um gancho poderoso, nos deixando extremamente ansiosos para o próximo episódio.
E um pequeno adendo para quem conhece o jogo, é que é quase certo que os personagens que aparecem no final são Henry e Sam. Estamos curiosos para acompanhar o que acontecerá e como vai se desenvolver o arco deles, já que na série estamos em Kansas City, quando no jogo os personagens apareceriam em Pittsburgh.
Onde assistir a The Last of Us?
A série está disponível na HBO e no streaming da Max – saiba aqui como assistir online e com opções gratuitas. A produção inspirada no videogame de sucesso já foi renovada para a 2ª temporada.
Leia também as críticas semanais do Filmelier dos episódios de The Last of Us:
- The Last of Us tem tudo para ser a nova série evento da HBO
- episódio 2 da série tem cenas de terror e reviravolta soco no estômago
- episódio 3 tem cenas inéditas, tom romântico e dramático
- episódio 5 prova que a série não está para brincadeira
- episódio 6 tem encontro aguardado e momento família
- episódio 7 revela como Ellie foi mordida
- episódio 8 é o mais intenso e perturbador da temporada
- episódio 9 tem desfecho polêmico e chocante