O 78º Festival Internacional de Cinema de Cannes chegou ao fim com a cerimônia de premiação na noite deste sábado (24). E seu palmarés traz boas notícias para o público brasileiro, além de uma vitória histórica para Jafar Panahi, que com a Palma de Ouro completa a trifeta dos principais festivais de cinema do mundo.
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Confira a lista completa de vencedores do Festival de Cannes 2025
Kleber Mendonça Filho, pelo filme O Agente Secreto (Brasil, França, Alemanha, 2025), foi o melhor diretor em Cannes 2025. “Eu penso que o Festival de Cannes é simplesmente a catedral do cinema”, disse o cineasta brasileiro em seu discurso. “Queria mandar um abraço para todo o mundo vendo no Brasil, especialmente no Recife, Brasil.”
Wagner Moura ganhou o prêmio de melhor ator pelo mesmo filme. É a primeira vez que um brasileiro é premiado nesta categoria.
It Was Just an Accident (Irã, França e Luxemburgo, 2025), dirigido por Jafar Panahi, levou a Palma de Ouro do 78º Festival de Cannes. Com o prémio, o cineasta iraniano consegue a façanha da trifeta dos principais festivais de cinema do mundo: com Táxi Teerã (Irã, 2015) ganhou o Urso de Ouro em Berlim, enquanto O Círculo (Irã, Itália, Suíça, 2000) venceu o Leão de Ouro em Veneza.
Une Palme d’Or pour l’Histoire : “Un Simple Accident” de Jafar Panahi remporte la récompense suprême ! 🇮🇷#cannes2025 pic.twitter.com/N4687LJM8i
— france.tv cinéma (@francetvcinema) May 24, 2025
O Grande Prêmio do Júri, uma espécie de segundo lugar, foi para Sentimental Value (Noruega, França, Alemanha, 2025), dirigido por Joachim Trier.
Sirât (Espanha, França, 2025), dirigido por Oliver Laxe, dividiu o Prêmio do Júri com Sound of Falling (Alemanha, 2025), de Mascha Schilinski.
O melhor roteiro foi de Jean-Pierre e Luc Dardenne pelo filme Jeunes Mères.
Nadia Melliti foi eleita a melhor atriz, pelo filme La Petite Dernière, dirigido por Hafsia Herzi.
O júri concedeu um prêmio especial para Resurrection (China, França, Estados Unidos, 2025), do chinês Bi Gan.
O júri da competição oficial foi presidido pela atriz francesa Juliette Binoche e composto pela atriz e diretora norte-americana Halle Berry, a roteirista e diretora indiana Payal Kapadia, a atriz italiana Alba Rohrwacher, a escritora franco-marroquina Leïla Slimani, o diretor, roteirista e produtor da República do Congo Dieudo Hamadi, o diretor e roteirista sul-coreano Hong Sang-soo, o diretor, roteirista e produtor mexicano Carlos Reygadas e o ator norte-americano Jeremy Strong.
A Caméra d’Or, dado para o melhor filme de estreante em todas as seções oficiais e paralelas de Cannes, ficou com The President’s Cake (Iraque, Qatar e EUA, 2025), dirigido por Hasan Hadi. Uma menção especial foi para My Father’s Shadow (Nigéria e Reino Unido, 2025), de Akinola Davies Jr.
O júri da Caméra d’Or foi presidido pela cineasta e roteirista italiana Alice Rohrwacher, a diretora de fotografia francesa Pascale Marin, o francês Tommaso Vergallo, CEO da Noir Lumière, o crítico francês Frédéric Mercier, o roteirista e diretor francês Rachid Hami e a atriz, diretora e roteirista francesa Geraldine Nakache.
A Palma de Ouro de curta-metragem foi para I’m Glad You’re Dead Now (Palestina, Grécia e França, 2025), dirigido por Tawfeek Barhom.
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O júri de curtas-metragens e Cinef foi presidido pela diretora, roteirista e produtora alemã Maren Ade, o diretor, roteirista e produtor norte-americano Reinaldo Marcus Green, a atriz, compositora e atriz francesa Camélia Jordana, o fotógrafo e ex-diretor da Filmoteca Española José María Prado García e o diretor e roteirista croata Nebojsa Slijepcevic.
La misteriosa mirada del flamenco (Chile, 2025), do chileno Diego Céspedes, ganhou o principal prêmio da mostra Un Certain Regard, ou Um Certo Olhar. O prêmio do júri foi para Un poeta (Colómbia, Suécia, Alemanha, 2025) do colombiano Simón Mesa Soto.
Arab e Tarzan Nasser levaram o prêmio de direção por Once Upon a Time in Gaza (Palestina, França, Emirados Árabes Unidos, 2025). Frank Dillane (Urchin, de Harris Dickinson) e Cléo Diára (O Riso e a Faca, de Pedro Pinho) foram o melhor ator e atriz. O melhor roteiro foi de Pillion (EUA, 2025), escrito e dirigido pelo inglês Harry Lighton.
O júri da mostra Un Certain Regard foi presidido pela diretora, roteirista e diretora de fotografia inglesa Molly Manning-Walker, a diretora e roteirista francesa Louise Courvoisier, a croata Vanja Kaludjercic, diretora do Festival Internacional de Cinema de Roterdã, o diretor, roteirista e produtor italiano Roberto Minervini e o ator argentino Nahuel Pérez Biscayart.
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