Com a estreia do premiado O Último Azul — marcada para esta quinta-feira, 28 de agosto — o diretor Gabriel Mascaro e o ator Rodrigo Santoro fizeram um apelo direto ao público sobre a importância do cinema brasileiro, em entrevista exclusiva ao Filmelier. A mensagem é clara: ir ao cinema na primeira semana não é apenas entretenimento, mas um ato fundamental para fomentar e garantir a sobrevivência do audiovisual nacional.
Trailer do filme O Último Azul
Rodrigo Santoro explica por que o cinema brasileiro precisa do público na estreia
Questionado sobre a importância da presença do público, Rodrigo Santoro, que interpreta o barqueiro Cadu no longa, foi didático ao explicar a lógica, por vezes cruel, do mercado exibidor. Para o ator, que mantém uma carreira consolidada no exterior sem nunca ter deixado de produzir no Brasil, a participação do espectador na estreia é o que “alimenta” a indústria.
Mais do que um ingresso, um voto de confiança no cinema nacional
“Quando a gente fala que é importante a presença do espectador brasileiro, prestigiando os projetos brasileiros, é porque o filme, quando entra em cartaz, dependendo do número de espectadores, ele fica uma semana e sai”, alerta Santoro. “E aí vem aqueles filmes gigantes, normalmente americanos, que têm uma distribuição gigante, e não tem espaço para o filme brasileiro entrar. A gente acaba não tendo acesso a ele. Então, você participa também quando você vem aos cinemas”, explicou o ator. “Você participa ativamente do fomento, do alimento que esse mercado precisa para contar essas histórias. Histórias que o cinema brasileiro, que o audiovisual brasileiro vêm contando”, disse.
O recado é um lembrete poderoso de que, no cenário atual, o ato de comprar um ingresso na primeira semana funciona como um voto de confiança que pode determinar o futuro de um filme em cartaz. A boa notícia é que a estreia coincide com a Semana do Cinema, com ingressos a preços promocionais em todo o Brasil.

Gabriel Mascaro celebra o momento do cinema nacional e defende a experiência da sala escura
A “retomada” do público e a experiência da sala escura
O diretor Gabriel Mascaro (Boi Neon) complementou o raciocínio, celebrando o que ele percebe como um “momento muito lindo da retomada do público brasileiro no cinema”, citando o sucesso recente de Ainda Estou Aqui. Para ele, além do fomento à indústria, existe um valor na experiência coletiva que só a sala escura proporciona, algo especialmente verdadeiro para um filme sensorial como O Último Azul.
“Esse filme merece ser visto no cinema, [tem] um trabalho de som lindíssimo, de uma cinematografia muito especial”, defende o diretor. “Eu espero que quem é cinéfilo, quem gosta de cinema e que é apaixonado por cultura brasileira, realmente possa aproveitar essa experiência que vai ser única. […] Se dormir no ponto, o bonde passa e o cachimbo cai. Então, vamos pro cinema, pegue o ingresso e aproveita essa experiência que ela não vai se repetir”.
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A fala de Rodrigo Santoro sobre o cinema brasileiro é um lembrete poderoso de que o espectador é parte ativa da indústria. O apelo da equipe de O Último Azul ecoa um sentimento crescente no mercado audiovisual: o futuro do cinema brasileiro depende diretamente do engajamento do seu público na crucial janela de estreia.
O filme, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim, chega aos cinemas amanhã, 28 de agosto. Leia a crítica completa aqui.
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