O nome de Kleber Mendonça Filho voltou aos holofotes após o sucesso de O Agente Secreto, premiado no Festival de Cannes e estrelado por Wagner Moura e Maria Fernanda Cândido.
Se você quer maratonar os títulos essenciais da carreira do cineasta pernambucano, obras como Bacurau e Aquarius estão disponíveis em diferentes plataformas de streaming.
Neste guia, mostramos onde assistir aos principais filmes de Kleber Mendonça Filho e por que eles são indispensáveis para quem ama cinema brasileiro contemporâneo.
Quem é Kleber Mendonça Filho?

Recifense, nascido em 1968, Kleber Mendonça Filho formou-se em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Atuou como crítico de cinema no Jornal do Commercio e na Folha de S. Paulo, além de criar o site CinemaScópio, voltado à produção local. Durante quase duas décadas, foi coordenador de cinema da Fundação Joaquim Nabuco, até se dedicar integralmente à direção.
Sua obra mistura observação social, crítica política e experimentação estética, com destaque para o retrato das tensões urbanas e históricas do Brasil.
A filmografia inclui curtas premiados (Vinil Verde, Recife Frio), documentários (Crítico, Retratos Fantasmas) e longas aclamados como O Som ao Redor, Aquarius e Bacurau.
O Agente Secreto: sucesso em Cannes
Lançado em 2025, O Agente Secreto é um thriller político ambientado durante a ditadura militar. A trama acompanha Marcelo (Wagner Moura), professor universitário que retorna ao Recife e se vê envolvido em conspirações e vigilância estatal.
O elenco reúne nomes como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Udo Kier e Thomás Aquino. A coprodução internacional filmada em Recife, Brasília e São Paulo reforça o alcance do projeto.
No Festival de Cannes 2025, o filme competiu pela Palma de Ouro e garantiu prêmios de Melhor Diretor (para Kleber) e Melhor Ator (Wagner Moura), além do FIPRESCI e do Prix des Cinémas d’Art et Essai.
Bacurau: prêmio em Cannes e onde assistir
Bacurau (2019), dirigido por Kleber e Juliano Dornelles, mistura faroeste, ficção científica e drama para contar a história de uma comunidade do sertão pernambucano que resiste a ataques externos.
Premiado com o Prêmio do Júri em Cannes, o filme foi elogiado por sua crítica social, pela diversidade de personagens e pela forma original de retratar o Nordeste.
Onde assistir: Globoplay e Telecine.
Aquarius: resistência e reconhecimento internacional
Em Aquarius (2016), Sônia Braga interpreta Clara, uma mulher que resiste à especulação imobiliária e luta para preservar sua história.
Selecionado para a Palma de Ouro em Cannes, o filme percorreu mais de 45 festivais, conquistou cerca de 20 prêmios e foi exibido em 65 países. Sônia Braga foi aclamada mundialmente, rendendo indicações e troféus de melhor atriz.
Onde assistir: Netflix, Telecine e Globoplay.
O Som ao Redor: estreia impactante
Primeiro longa de ficção de Kleber, O Som ao Redor (2012) retrata a chegada de uma milícia a uma rua de classe média no Recife. Com humor e tensão, o filme aborda desigualdade, violência urbana e contradições sociais.
Aclamado dentro e fora do Brasil, venceu festivais como Rio e Gramado e consolidou o diretor no cenário internacional.
Onde assistir: Netflix e Telecine.
Retratos Fantasmas e Crítico: documentários essenciais
Retratos Fantasmas (2023) revisita o centro do Recife por meio das antigas salas de cinema. Estreou em Cannes e está disponível na Netflix.
Crítico (2008) reúne entrevistas e reflexões sobre o cinema brasileiro e a trajetória de Kleber, destacando sua visão como crítico antes de se afirmar como diretor.
Vinil Verde e Recife Frio: curtas premiados
Os curtas de Kleber também marcaram sua carreira:
- Vinil Verde (2004) explora relações familiares com sutileza e simbolismo.
- Recife Frio (2009) imagina uma onda de frio na capital pernambucana para refletir, com ironia, sobre identidade e cultura locais.
Essas obras podem ser vistas em mostras e acervos digitais de cinema brasileiro.
Por que assistir aos filmes de Kleber Mendonça Filho?
A filmografia de Kleber Mendonça Filho alia estética refinada, crítica social e relevância cultural. Seus filmes conquistaram prêmios em Cannes, Berlim e Toronto, além de repercutirem em veículos como The New York Times e Financial Times.
Assistir às suas obras é mergulhar em histórias brasileiras que dialogam com questões universais — da desigualdade social à preservação da memória.
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