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Crítica: ‘Conselhos de um Serial Killer Aposentado’ diverte com caos excessivamente controlado

O que você verá aqui:

E se o conselheiro matrimonial perfeito para salvar seu casamento fosse um assassino em série aposentado? É dessa premissa absurda que nasce Conselhos de um Serial Killer Aposentado, comédia sombria que chega aos cinemas brasileiros no dia 16 de outubro como parte da programação oficial do Festival do Rio 2025.

Dirigido por Tolga Karaçelik, o filme acompanha um escritor em crise criativa (John Magaro) que encontra a inspiração mais improvável possível: uma amizade com um serial killer aposentado (Steve Buscemi) que se torna simultaneamente seu terapeuta conjugal e consultor para um novo projeto literário. Enquanto isso, a esposa do autor (Britt Lower) começa a desconfiar que pode estar na mira do novo “amigo” do marido.

Cena do filme Conselhos de um Serial Killer Aposentado (Crédito: Synapse Distribution)
Cena do filme Conselhos de um Serial Killer Aposentado (Crédito: Synapse Distribution)

Conselhos de um Serial Killer Aposentado: uma reflexão sobre o matrimônio

O que poderia facilmente descambar para uma comédia de situação previsível se transforma, nas mãos de Karaçelik, numa reflexão inteligente sobre casamento, criatividade e os extremos aos quais chegamos para reacender paixões adormecidas. O roteiro brinca com a ideia de que talvez o que separe o amor do ódio, o tédio conjugal da adrenalina assassina, seja uma linha mais tênue do que gostaríamos de admitir.

Steve Buscemi está em grande forma como o mentor improvável. Ele traz sua marca registrada de estranheza comedic para um personagem que poderia ter sido apenas um estereótipo. Há algo hipnoticamente perturbador na maneira como ele dispensa conselhos matrimoniais com a mesma naturalidade de quem fala sobre métodos de eliminação. Magaro equilibra perfeitamente a ingenuidade cômica com o desespero criativo. Enquanto isso, Britt Lower ancora o triângulo com uma performance que mistura suspeita crescente e exasperação matrimonial.

A direção de Karaçelik opta por um ritmo deliberadamente pausado que pode inicialmente frustrar quem espera uma comédia mais acelerada. Mas essa escolha se revela acertada conforme as camadas da trama se revelam. O filme funciona como uma cebola narrativa: cada revelação adiciona uma nova dimensão ao absurdo, transformando o que parecia uma premissa simples numa farsa engenhosa sobre mal-entendidos e comunicação falha.

Cheiro e visual dos anos 1990

Visualmente, o filme abraça a estética do cinema independente nova-yorquino dos anos 90. Absorve uma paleta de cores suavemente dessaturada e enquadramentos que privilegiam a intimidade dos diálogos. Karaçelik constrói a tensão através de conversas aparentemente banais. Afinal, ali, o perigo espreita nas entrelinhas de discussões sobre relacionamentos e bloqueios criativos.

O humor excêntrico é dosado com precisão cirúrgica. O filme nunca glorifica a violência nem transforma o assassinato em piada fácil. Em vez disso, encontra comédia na justaposição entre o mundano e o macabro, entre conselhos matrimoniais sensatos vindos da fonte mais inadequada possível.

Onde Conselhos de um Serial Killer Aposentado mais impressiona é na construção de sua metáfora central. É a ideia de que casamentos mortos às vezes precisam de métodos extremos para voltar à vida. Karaçelik desenvolve essa analogia com inteligência e sutileza, sugerindo paralelos inquietantes entre paixão romântica e impulsos destrutivos.

É verdade que o filme poderia se beneficiar de um pouco mais de energia em alguns momentos. Aliás, nem todos os desenvolvimentos da trama atingem o mesmo nível de genialidade da premissa inicial. Mas há charme genuíno nessa abordagem mais contemplativa da comédia exagerada, que privilegia desenvolvimento de personagem sobre gags explosivas.

O resultado é um filme que funciona tanto como comédia de relacionamento quanto como thriller psicológico sutil. É uma combinação rara que demonstra como o cinema independente ainda pode surpreender com ideias frescas e execução cuidadosa.

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