News Filmelier

O novo canal  Filmelier+ já está disponível para assinatura no Prime Video. Conheça nosso catálogo!

  • Home
  • Críticas
  • Crítica: ‘Bugonia’ mostra que Yorgos Lanthimos ainda tem muito a dizer

Crítica: ‘Bugonia’ mostra que Yorgos Lanthimos ainda tem muito a dizer

O que você verá aqui:

Foi curiosa a reação do público da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo quando os créditos de Bugonia subiram na tela. No evento, é comum o público aplaudir a exibição ao final. No caso do longa de Yorgos Lanthimos, primeiro veio o silêncio. Algumas pessoas levantaram para escapar logo da terrível sala de exibição montada numa área aberta da Cinemateca. Depois de algum tempo, já com os créditos rolando, vieram os aplausos. Sintoma de um sentimento bem compreensível: o filme é desconfortável, caótico e um tanto polêmico. Não à toa, tem dividido a opinião das pessoas por onde passa. Há quem ame, há quem odeie com todas as forças.

Com estreia programada para novembro nos cinemas brasileiros, o novo longa-metragem de Yorgos é um curioso remake de um filme sul-coreano de 2003. Na história, um homem (Jesse Plemons) é obcecado com a ideia de que o mundo é tomado por aliens. Tentando salvar a espécie, sequestra, ao lado do primo (Aidan Delbis), uma poderosíssima executiva (Emma Stone).

Emma Stone está espetacular (e careca) em 'Bugonia' (Crédito: Universal Pictures)
Emma Stone está espetacular (e careca) em ‘Bugonia’ (Crédito: Universal Pictures)

E é aí que nasce a graça de Bugonia: o homem está realmente louco? Ele está em crise? Ou será que a tal executiva é realmente um alien? É aquele típico filme que joga, durante boa parte de seu tempo, a decisão nas mãos do espectador. Algo como Rua Cloverfield, 10, em que não sabemos se é real o que John Goodman está falando para Mary Elizabeth Winstead. No dois caso, curiosamente, a pergunta é a mesma: o mundo está sendo tomado por aliens? Quem está falando a verdade? Em quem podemos confiar, afinal?

Bugonia e suas grandes atuações

Lanthimos tira bastante do clima e do tom caótico do longa-metragem original. Ao invés de uma curiosa aventura, o filme abraça o tom esquisito do cineasta. Tudo anda em ritmo lento e, principalmente, as intenções dos personagens nunca são claras. E é aí que entra o principal ponto de atenção de Bugonia: as grandes atuações de Plemons e Emma Stone. Ele, que já tinha brilhado em Ataque dos CãesEstou Pensando em Acabar com Tudo, mostra como é um bom ator ao fazer esse homem desvairado, com um pé forte na loucura, mas que ainda assim consegue causar dúvidas. Será que ele tem pelo menos alguma razão no que está sendo falado?

Mas, apesar do bom trabalho de Plemons, é Emma Stone quem brilha. A atriz, duas vezes vencedora do Oscar de Melhor Atriz por La La LandPobres Criaturas, rouba a cena como essa executiva que está sempre no limiar entre dois mundos. Dá para acreditar piamente no que ela diz. Mas, também, dá para desacreditar de tudo. E é preciso ser uma grande atriz, em um momento realmente inspirado, para ficar indo de um lado para o outro como Stone faz. Você teme pela personagem em um momento. No outro, torce para que seja punida como a terrível alien que parece ser. No trabalho conjunto com Plemons, tudo fica ainda mais estranho, enevoado.

O filme deve ter uma jornada complicada para a temporada de premiações. Afinal, tudo aqui é divisivo: o tema, o estilo de Yorgos Lanthimos, o final. Mas seria muita injustiça não ter nenhum dos dois indicados. E digo mais: Emma Stone sai como forte favorita.

O ‘grand finale’

Mas Bugonia não seria nada sem seu final. Lanthimos e o roteirista Will Tracy (de O MenuSuccession) fazem o filme mais engraçado do cineasta grego até aqui. Mais do que estranhamento ou desconforto, Yorgos claramente quer rir da parte radical da sociedade — aquela que acredita cegamente em teorias da conspiração absurdas, principalmente vindas da extrema-direita. É, assim, um filme de paródia, que basicamente é todo voltado para seu final absurdo, inacreditável. É a justificativa para um remake assim existir.

Obviamente, muitas pessoas vão torcer o nariz. Algumas por se identificarem com o que está sendo contado ali, na tela. Outras por não embarcarem nesse tom de paródia que o filme magicamente ganha. E tudo bem. Bugonia é, de fato, um filme difícil de embarcar em todas suas complicações. Mas não dá para dizer que Lanthimos e Tracy não foram certeiros na observação absurda do mundo que ressurge (e se insurge) ao redor. É o que grandes cineastas fazem: traduzem a sociedade por meio da arte com comentários afiados sobre isso. Lanthimos, após um trabalho mediano (o fraquíssimo Tempos de GentilezaI) mostra que ainda tem lenha pra queimar.

Siga o Filmelier no FacebookXInstagram e TikTok.

Top 5 notícias da semana

  • All Posts
  • Cannes
  • Críticas
  • Destaques
  • Entrevistas
  • Eventos & premiações
  • Eventos & premiações
  • Filmes
  • Futebol
  • Matérias Especiais
  • Matérias especiais
  • Mercado de cinema
  • Mercado de cinema
  • Mercado de streaming
  • Mercado de streaming
  • Oscar 2025
  • Séries e Novelas
  • Tutoriais
  • Uncategorized @br

Top 5 notícias da semana

  • All Posts
  • Cannes
  • Críticas
  • Destaques
  • Entrevistas
  • Eventos & premiações
  • Eventos & premiações
  • Filmes
  • Futebol
  • Matérias Especiais
  • Matérias especiais
  • Mercado de cinema
  • Mercado de cinema
  • Mercado de streaming
  • Mercado de streaming
  • Oscar 2025
  • Séries e Novelas
  • Tutoriais
  • Uncategorized @br

Notícias Relacionadas