
53ª edição do Festival de Gramado 2025: conheça os vencedores
O 53º Festival de Cinema de Gramado encerrou sua programação neste sábado, 23 de agosto de 2025, depois de 11 dias que transformaram a Serra Gaúcha em um grande palco para a sétima arte. Considerado o maior festival de cinema do Brasil e um dos mais respeitados da América Latina, o evento reuniu cerca de 40 mil pessoas, entre cineastas, artistas, jornalistas, estudantes e amantes do cinema. Foram exibidos 74 filmes em diferentes categorias — de longas brasileiros de ficção e documentários a produções universitárias, mostras especiais e até pré-estreia de série. Ao todo, foram entregues 52 prêmios, sendo 40 Kikitos, em uma cerimônia apresentada por Marla Martins e Roger Lerina, com transmissão ao vivo pelo Canal Brasil, TVE e YouTube do Festival. O filme O Último Azul abriu a 53ª edição do Festival de Cinema de Gramado em 2025, marcando sua estreia oficial no Brasil. A obra sensível de Gabriel Mascaro (Divino Amor e Boi Neon), que discute envelhecimento e etarismo em uma distopia brasileira, já havia conquistado o Urso de Prata no Festival de Berlim e conta com Denise Weinberg e Rodrigo Santoro no elenco. Em homenagem ao longa, o tradicional tapete vermelho foi substituído por um tapete azul. Já assistimos ao filme, quer saber o que achamos? Confira a crítica completa de ‘O Último Azul’ Além dos filmes exibidos, pelo terceiro ano consecutivo o Festival de Cinema de Gramado exibiu um episódio de série. Deste ano, foi o primeiro episódio da minissérie da HBO Max, As Máscaras de Oxigênio (não) cairão automaticamente, onde narra a vida dos trabalhadores de empresas aéreas que passaram a contrabandear o AZT, medicamento utilizado no tratamento da AIDS. O elenco conta com grandes nomes da televisão brasileira, com Bruna Linzmeyer (Cidade; Campo), Andréia Horta (Elis), Johnny Massaro (O Filme da Minha Vida) e Ícaro Silva(Coisa Mais Linda). A série estreia no dia 31 de agosto na plataforma de streaming. Nos outros dois anos, as séries Cangaço Novo (Prime Video) e Cidade de Deus: A Luta Não Para (HBO Max), também foram exibidas no festival. Mais uma vez o audiovisual brasileiro ganhando espaços nas principais plataformas de streamings e tendo visibilidade em um festival tão grande e relevante para o país. O grande vencedor: Cinco Tipos de Medo O longa-metragem Cinco Tipos de Medo (MT), de Bruno Bini, sem data de estreia nos cinemas, foi o último a ser exibido no festival e foi o grande destaque da edição, conquistando quatro Kikitos: Melhor Filme Melhor Roteiro (Bruno Bini) Melhor Montagem (Bruno Bini) Melhor Ator Coadjuvante (Xamã) A trama entrelaça as histórias de Murilo (João Vitor Silva), um jovem músico em luto; Marlene (Bella Campos – Vale Tudo), enfermeira presa a um relacionamento abusivo; Luciana (Bárbara Colen – Bacurau), policial movida pela vingança; e Ivan (Rui Ricardo Diaz), advogado com segundas intenções. O longa foi celebrado pelo público e pela crítica pela forma como aborda temas como violência, luto e resiliência. Você pode se interessar por: 4 mudanças no remake de Vale Tudo Outros destaques da mostra competitiva O prêmio de Melhor Direção ficou com Laís Melo, por Nó (PR), que também levou Melhor Fotografia (Renata Corrêa) e foi eleito Melhor Filme pelo Júri da Crítica. Nó, é um filme dirigido por Laís Melo, que acompanha Glória, interpretada por Patricia Saravy (A Felicidade das Coisas), uma mãe recém-divorciada que se muda com suas três filhas para Curitiba e enfrenta a difícil tarefa de reconstruir um lar enquanto trava uma disputa por uma promoção na fábrica onde trabalha. O filme trata com sensibilidade temas como maternidade, trabalho, amizade feminina e sobrevivência. Já o longa “Papagaios” (RJ), de Douglas Soares, conquistou o público e saiu como Melhor Filme pelo Júri Popular, além de arrematar três Kikitos: Melhor Ator (Gero Camilo) Melhor Direção de Arte (Elsa Romero) Melhor Desenho de Som (Bernardo Uzeda, Thiago Sobral e Damião Lopes) O longa de Douglas Soares (A Alma das Coisas) Papagaios, promete ser um dos filmes brasileiros mais disruptivos da atualidade. Na trama, acompanhamos Tunico, o popular “papagaio de pirata” carioca conhecido por perseguir repórteres em busca de espaço na televisão. Após um grave acidente, ele passa a ter ao seu lado Beto (Ruan Aguiar), um jovem aprendiz misterioso — uma parceria que expõe com ironia e profundidade a sede de fama numa era onde milhões de televisores brasileiros estão sempre ligados. O Kikito de Melhor Atriz foi para Malu Galli, pela atuação em Querido Mundo (RJ), dirigido por Miguel Falabella. No longa Querido Mundo, escrito e dirigido por Miguel Falabella, Eduardo Moscovis (O Cravo e a Rosa) e Malu Galli (Vale Tudo e Propriedade) vivem um casal que enfrenta os desafios de uma relação marcada por silêncios, mágoas e afetos guardados. A trama acompanha as camadas emocionais desse vínculo, revelando fragilidades e resistências diante da passagem do tempo. Obviamente um trabalho que caiu como uma luva em uma das maiores atrizes da atualidade, conhecida por papéis dramáticos. Em A Natureza das Coisas Invisíveis (DF), de Rafaela Camelo, Aline Marta Maria venceu como Melhor Atriz Coadjuvante, enquanto a produção ainda levou Melhor Trilha Musical (Alekos Vuskovic) e o Prêmio Especial do Júri. O longa “Sonhar com Leões” (SP), de Paolo Marinou-Blanco, recebeu uma Menção Honrosa. Documentários em destaque Na Mostra Competitiva de Documentários, o vencedor foi “Lendo o Mundo” (RN), de Catherine Murphy e Iris de Oliveira, que retrata o trabalho de Paulo Freire no início dos anos 1960 e sua luta pela democratização da educação. O documentário “Para Vigo Me Voy!” (RJ), de Lírio Ferreira e Karen Harley, recebeu uma Menção Honrosa. Outros títulos exibidos na categoria foram Até Onde a Vista Alcança (SP), de Alice Villela e Hidalgo Romero, e Os Avós (AM), de Ana Ligia Pimentel. Júris da edição O Júri Oficial de longas de ficção contou com Edson Celulari, Isabel Fillardis, Sergio Rezende, Fernanda Lomba e Petrus Cariry. Já o Júri de documentários foi formado por Bertrand Lira, Marcos Breda e Thais Fernandes. O Júri da Crítica, composto por membros da ACCIRS