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Crítica: Em ‘Os Enforcados’, Fernando Coimbra mistura Macbeth, jogo do bicho e caos conjugal em thriller sombrio

O que você verá aqui:

Os Enforcados, novo suspense nacional de Fernando Coimbra (O Lobo Atrás da Porta), estreia nesta quinta-feira (14) nos cinemas brasileiros. Estrelado por Leandra Leal (Senhora do Destino, Cheias de Charme) e Irandhir Santos (Guerreiros do Sol, Tropa de Elite 2), o filme mergulha no submundo do jogo do bicho no Rio de Janeiro, combinando crime, sátira social e tensão shakespeariana em um thriller sombrio e imprevisível. Confira a crítica completa do Filmelier.

Quando estreia e onde assistir a Os Enforcados?

O filme estreia nos cinemas brasileiros em 14 de agosto. Ainda não há previsão de lançamento em streaming, mas a atualização será feita assim que houver.

Qual é a história de Os Enforcados?

Na trama, Valério (Irandhir Santos) e Regina (Leandra Leal) enfrentam falência financeira e emocional. Tentando escapar da ruína, arquitetam o assassinato do tio para tomar o controle da rede ilegal do jogo do bicho, herdada pela família. A partir desse ato, mergulham em uma espiral de violência, traições e paranoia que ameaça consumir o relacionamento — e suas próprias vidas.

O retorno de Fernando Coimbra ao cinema brasileiro depois de Narcos

Mais de uma década depois de O Lobo Atrás da Porta, Fernando Coimbra retorna ao cinema brasileiro após trabalhos em séries como Narcos e Perry Mason, e no filme internacional Castelos de Areia. Assim como no longa de 2013, o diretor explora relações íntimas à beira do colapso, explorando a hipocrisia e a violência sob a superfície.

Os Enforcados x O Lobo Atrás da Porta: semelhanças e diferenças

Se antes a tensão era crescente e quase claustrofóbica, aqui o tom é mais caótico e irônico. Os Enforcados combina thriller, sátira social e comédia de costumes, mantendo a crítica às relações de poder, mas brincando mais abertamente com o absurdo. A ambição narrativa é maior — e, por vezes, escorregadia.

O subtexto shakespeariano e a influência de Macbeth em Os Enforcados

Regina como a “Lady Macbeth” do subúrbio carioca

Coimbra não esconde: Macbeth é a espinha dorsal de Os Enforcados. Regina e Valério são um casal que, como os personagens de Shakespeare, vê na ambição a única saída para o próprio declínio. Regina é a instigadora, a mente estratégica (ou impulsiva) por trás dos golpes; Valério, o homem que hesita, mas cede ao desejo de poder.

O tarô e o “Enforcado” como presságio

A estrutura da tragédia shakespeariana está lá: presságios (o tarô com a carta do Enforcado), traição familiar, escalada de crimes e uma paranoia que corrói o relacionamento. Tudo temperado com humor ácido, quase debochado, e críticas ao “cidadão de bem” e às elites que se sustentam em esquemas ilícitos.

Leandra Leal e Irandhir Santos interpretam um casal envolvido em crimes e manipulação em Os Enforcados
Leandra Leal e Irandhir Santos interpretam um casal envolvido em crimes e manipulação em Os Enforcados (Créditos: Gullane)

Leandra Leal e Irandhir Santos: química, poder e ambiguidade em Os Enforcados

Além de Senhora do Destino e Cheias de Charme: Leandra Leal em Os Enforcados

Em sua segunda colaboração com Fernando Coimbra, após O Lobo Atrás da Porta, Leandra Leal entrega uma das personagens mais complexas de sua carreira. Regina é instintiva e calculista, alternando entre esposa histérica, amante sedutora e estrategista impiedosa — sempre deixando o espectador em dúvida sobre onde termina o impulso e começa a estratégia. Leandra Leal, hoje com 42 anos, é filha da atriz Ângela Leal e mãe de Julia e Damião, e já participou de novelas como Senhora do Destino e Cheias de Charme.

Se no filme de 2013 a violência feminina era silenciosa e calculada, aqui ela assume contornos mais cômicos e exagerados, quase teatrais. Regina não apenas age, mas encena: ora é esposa histérica, ora amante que flerta com o perigo, ora estrategista afiada que manipula o marido e outros ao seu redor.

Irandhir Santos: a outra face de Guerreiros do Sol

Irandhir Santos — que recentemente brilhou como Arduíno em Guerreiros do Sol — equilibra vulnerabilidade e brutalidade, criando uma dinâmica intensa com Leandra. Juntos, transformam a trama em uma espécie de “comédia romântica às avessas”, em que a violência e o desejo se misturam.

Erotização e ambiguidade

Essa química é atravessada por uma camada de erotização desconfortável: o casal se excita com encenações de invasão e ameaça, metáfora para o prazer no poder — mas também provocando o debate sobre a linha entre crítica e fetiche.

Visual e ambientação do thriller brasileiro

Fotografia e ambientação no Rio de Janeiro

Visualmente, Os Enforcados impressiona. Coimbra e o diretor de fotografia Júnior Malta criam um Rio de Janeiro sufocante e decadente, com tons escuros e enquadramentos fechados. A direção de arte aposta na cafonice como reflexo da elite retratada, e a trilha de Thiago França mistura sax melancólico com o ritmo frenético do samba, criando uma sonoridade que dialoga com a violência e a sátira.

Humor ácido e crítica social no submundo do crime

O roteiro oscila no ritmo. Há sequências brilhantes, especialmente as que exploram o sarcasmo e a química do casal protagonista. Mas, cheio de ideias e simbolismos, o filme nem sempre consegue amarrar todas as linhas narrativas, e o clímax chega rápido demais para oferecer uma catarse plena.

Irandhir Santos serve comida em uma mesa posta ao ar livre, cercado por personagens, em cena de Os Enforcados
O submundo do crime carioca ganha tons de sátira e violência na nova obra de Fernando Coimbra, Os Enforcados (Créditos: Gullane)

Vale a pena assistir ao filme Os Enforcados?

Se você gostou de O Lobo Atrás da Porta, vai encontrar aqui a mesma precisão de Fernando Coimbra em dirigir atores e criar tensão — mas com um tom mais satírico e exagerado. É um filme que mistura crime, crítica social e relações tóxicas com ecos de Shakespeare e até um toque de O Poderoso Chefão no subúrbio carioca.

Não é perfeito: o roteiro se perde em devaneios, e a sátira por vezes enfraquece o impacto dramático. Mas Leandra Leal e Irandhir Santos sustentam o filme com atuações cheias de nuances, e a mistura de gêneros torna a experiência, no mínimo, inesperada.

Quem deve gostar do filme

O longa deve agradar espectadores que apreciam thrillers nacionais com humor ácido, sátiras sociais e tramas inspiradas em clássicos literários adaptados para cenários brasileiros.

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