Muito se fala hoje em dia sobre a importância de filmes estrelados por mulheres guerreiras ou por heroínas de ação. Porém, provavelmente não estaríamos tendo essas conversas sem a influência de Linda Hamilton, talvez a atriz mais icônica do gênero de ação dos anos 80 e início dos 90 graças ao seu papel como Sarah Connor na franquia O Exterminador do Futuro.
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No entanto, a atriz teve uma carreira mais ampla e diversificada que vai além da famosa rival da Skynet. Como tantos outros ícones dos anos 80, ela retornará na série Stranger Things (Estados Unidos, 2016-2025) da Netflix, o que é uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre sua trajetória.
Quem é Linda Hamilton?
Linda Carroll Hamilton é uma atriz norte-americana nascida em Salisbury, Maryland, em 26 de setembro de 1956. Seu pai morreu em um acidente de carro e sua mãe se casou novamente com um policial. Sua família era composta por uma irmã mais velha, um irmão mais novo, um meio-irmão e uma gêmea idêntica, Leslie Hamilton Freas, que faleceu em 2020.
Em suas próprias palavras, Hamilton vem de uma “típica família branca anglo-saxã”, e buscava se diferenciar de sua irmã, uma líder de torcida, lendo tantos livros quanto podia. Eventualmente, depois de estudar dois anos na Universidade de Washington, decidiu se mudar para Nova York para seguir carreira como atriz, estudando com Lee Strasberg no Actors Studio.
Por que Linda Hamilton é famosa?
A atriz começou sua carreira em 1979, com pequenos papéis nos primeiros dois anos. Seu primeiro papel de destaque foi como Lisa Rogers na série de TV Secrets of Midland Heights (1980-1981). No cinema, seu primeiro protagonista foi no thriller Jogo da Morte (Tag: The Assassination Game, EUA, 1982).
Porém, o grande salto para a fama viria em 1984. Primeiro, com seu papel principal no filme de terror Os Filhos do Corno (Children of the Corn, EUA, 1984), adaptação de um conto de Stephen King. E depois, O Exterminador do Futuro (EUA, 1984), de James Cameron, lhe traria o papel mais associado a ela pelo resto da carreira: Sarah Connor, a jovem e medrosa garçonete destinada a se tornar mãe de John Connor, o líder da resistência humana contra as máquinas e o sistema Skynet.
Entretanto, o primeiro filme não mostra o personagem na fase que se tornaria icônica. Isso só aconteceria em O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgement Day, EUA, 1991), onde anos de perseguição e paranoia transformaram Sarah Connor em uma mentora atormentada mas combativa para seu filho, John Connor (Edward Furlong). Esta versão do personagem a transformou em um ícone de ação, muitas vezes imitado mas raramente igualado.
A ideia de fazer algo radicalmente diferente com Sarah Connor na sequência veio da própria Linda Hamilton. “Tudo foi inspirado pela Linda”, explicou o diretor James Cameron em entrevista pelo 30º aniversário do filme. “Liguei pra ela e disse ‘ei, vamos fazer outro Exterminador‘. E ela respondeu ‘quero ficar louca’. Eu disse ‘posso fazer isso, vamos te colocar num hospício’. E ela disse ‘perfeito, é isso que eu quero'”.
Naquele ano, Linda Hamilton foi nomeada Melhor Atriz no Saturn Awards, concedido pela Academia de ficção científica, fantasia e filmes de terror. Sarah Connor se tornaria o papel que definiu a carreira da atriz, ao qual ela retornou duas vezes: como participação especial em O Exterminador do Futuro: A Salvação (Terminator: Salvation, EUA, 2009), e no mal-sucedido recomeço O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate, EUA, 2019), que continuava os eventos de O Exterminador do Futuro 2 ignorando as outras sequências.
O que mais Linda Hamilton fez além de O Exterminador do Futuro?
Apesar de Sarah Connor, a heroína de O Exterminador do Futuro, ser seu papel mais conhecido, Hamilton teve uma carreira extensa no cinema, TV e até teatro.
Notavelmente, Linda Hamilton também ganhou o Prêmio Saturn e foi indicada ao Emmy pela série de TV A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, EUA, 1987-1990), que estrelou ao lado de Ron Perlman e que transporta o conto clássico para o Manhattan dos anos 90.
Depois veio sua indicação ao Globo de Ouro pelo filme para TV O Desejo de uma Mãe (A Mother’s Prayer, EUA, 1995), onde interpretou uma jovem viúva e mãe solteira diagnosticada com AIDS, precisando encontrar um lar para seu filho. Ela aceitou o papel justamente por ser fisicamente o oposto de Sarah Connor.
Também estrelou o filme-catástrofe A Erupção (Dante’s Peak, EUA, 1997) ao lado de Pierce Brosnan, no papel da prefeita de uma cidade devastada por um vulcão que entra em erupção.
Em 2006, Hamilton também deu uma performance aclamada na adaptação teatral de A Noite do Iguana (The Night of the Iguana), encenada no Berkshire Theatre em Massachusetts.
Sua condição de ícone geek graças a O Exterminador do Futuro também lhe rendeu um papel na série de comédia de espionagem Chuck (2007-2012). Nela interpretou Mary Elizabeth Bartowski, uma agente da CIA e mãe distante do protagonista (Zachary Levi).
Para o bem ou para o mal, os papéis de “mulher durona” foram uma constante na carreira de Linda Hamilton, especialmente em sua filmografia posterior. É o caso de Osiris (EUA, 2025), filme de ação, terror e ficção científica onde um Comando de Forças Especiais é abduzido por uma nave alienígena e precisa lutar contra uma raça extraterrestre implacável para sobreviver.
Linda Hamilton vai aparecer em Stranger Things 5?
Sim. Linda Hamilton confirmou que fará parte do elenco de Stranger Things 5 durante o evento TUDUM da Netflix em 2025, realizado em junho. Uma decisão de elenco típica da série, situada nos anos 80 e com estrelas daquela época, como Winona Ryder e Sean Astin.
O anúncio foi feito através de um vídeo durante o evento, apresentado por seu colega de O Exterminador do Futuro, Arnold Schwarzenegger.
Qual será o papel de Linda Hamilton em Stranger Things 5?
Até o momento, não foram reveladas mais informações sobre o papel de Linda Hamilton na série.
Porém, o teaser a mostra liderando um time de pessoas armadas e vestindo o que parece ser um uniforme. Ou seja, na mesma linha dos personagens de “mulher durona” que definiram sua carreira.