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‘Paterno’, que levou oito anos para ser lançado, é um dos melhores filmes de 2025

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Impressionantes oito anos depois das filmagens, Paterno finalmente chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira, 31, como um dos melhores filmes do ano. O filme de Marcelo Lordello, que integra a produtora pernambucana Trincheira Filmes, oferece uma reflexão profunda sobre poder, família e as contradições sociais que atravessam o Brasil urbano.

'Paterno' é estrelado por Marco Ricca, brilhante como sempre (Crédito: Filmes do Estação/ArtHouse)
‘Paterno’ é estrelado por Marco Ricca, brilhante como sempre (Crédito: Filmes do Estação/ArtHouse)

A história acompanha Sérgio (Marco Ricca), um arquiteto de 55 anos que precisa tomar o controle da empreiteira familiar para realizar seu projeto mais ambicioso. Para isso, ele depende da herança de seu pai Heitor, que se encontra em estado terminal. Quando descobre um segredo guardado há muito tempo pelo patriarca, inicia uma busca obsessiva que desconstruirá todas as suas certezas.

“Paterno faz parte de uma tetralogia que eu queria trabalhar com diferentes fases de vida de personagens principais, os dilemas dessa fase, e diferentes gêneros narrativos”, explica Lordello. O diretor escolheu a tragédia como gênero para abordar questões que considera fundamentais para a reflexão masculina contemporânea.

Paterno e o anti-herói em tempos de especulação

Marco Ricca, que interpreta o protagonista Sérgio, destaca a complexidade do personagem. “O roteiro já tinha essa coisa multifacetada, já bastante bem apontada. A gente vai tentando não antipatizar o ser humano que a gente representa. Nós estamos ali pra servir à história”, diz.

O filme surge em um contexto de intensa especulação imobiliária no Recife, particularmente durante o movimento social do Estelita, que tentou barrar construções em áreas públicas. “A gente estava vivendo muito uma fase de especulação imobiliária cruel no Recife”, lembra o diretor, que conectou essa realidade urbana com os dilemas pessoais de seu anti-herói.

Nesse contexto, uma das grandes conquistas de Paterno é evitar dicotomias simplistas. O filme apresenta personagens multifacetados, como o próprio Sérgio – um homem que ama o filho desmesuradamente, mas de forma possessiva – e Cláudio (Thomás Aquino), que começa defendendo os avós mas gradualmente se envolve em jogos de poder.

“Ninguém é mal absolutamente mal, ninguém é bem absolutamente bem”, resume Lordello. “Me interessava muito nesse filme esse entrelaçamento ético, antiético.”

Thomás Aquino, que interpreta Cláudio, vê seu personagem como representação da base da pirâmide social. “É um cara que já nasceu numa comunidade periférica. Ele é muito inteligente de saber o que está acontecendo no nosso país. Como é que eu vou ascender socialmente se a regra de lei é para alguns?”.

Atualidade persistente

Embora escrito em 2014-2015 e filmado em 2017, Paterno mantém surpreendente atualidade. “Algumas temáticas que o filme trata continuam importantes em serem ditas e refletidas”, observa Lordello. “Essa sociedade que a gente está retratando continua passando pelos mesmos problemas, se não piores”.

A persistência dos conflitos urbanos retratados no filme fica evidente quando os realizadores discutem a situação atual do Recife. “Brasília Teimosa resiste até hoje”, aponta o diretor, referindo-se ao bairro que serve de cenário para parte da narrativa. “A gente sabe que isso, por baixo do pano, está tentando ser tirado”.

Além da performance consolidada de Ricca, Paterno marca o início da carreira cinematográfica de Thomás Aquino. Ele, posteriormente, seria reconhecido em Bacurau. “Foi o primeiro papel que eu pude desenvolver mais do que uma linha de fala no audiovisual”, conta o ator, emocionado. “O que eu estou vivendo hoje também é fruto desse filme”.

Paterno representa o cinema brasileiro que pensa o país. “Para a gente, a coisa só se constitui quando as pessoas encontram esse desejo todo de cinema que nós três e toda a equipe tentou elaborar”, conclui Lordello.

O filme chega aos cinemas em um dos melhores momentos do cinema nacional. Oferece uma narrativa madura sobre poder, família e as contradições de uma sociedade em constante tensão entre progresso e destruição. É uma obra essencial para entender não apenas o cinema pernambucano contemporâneo, mas as questões que atravessam o Brasil urbano do século XXI.

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