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‘Eddington’ e ‘Sirât’ mostram mundos em colapso com ajuda do gênero (Cannes 2025)

O que você verá aqui:

À primeira vista, a coprodução Espanha-França Sirât, dirigida por Oliver Laxe, e a norte-americana Eddington, de Ari Aster, ambas exibidas em competição no 78º Festival de Cannes, não têm muito em comum.

Em Sirât, Luis (Sergi López) e seu filho Esteban (Brúno Nuñez) saem da Espanha em direção a uma rave no Marrocos para procurar a filha do primeiro e irmã do segundo, que eles suspeitam estar por lá. Em sua busca, juntam-se a um grupo diverso de frequentadores de festas de música eletrônica formado por Stef (Stefania Gadda), Josh (Joshua Liam Henderson), Tonin (Tonin Janvier), Jade (Jade Oukid) e Bigui (Richard Bellamy) – todos interpretando versões de si mesmos. Eles viajam em caminhões em direção à Mauritânia atrás de outra rave secreta.

Em Eddington, o prefeito Ted Garcia (Pedro Pascal) e o xerife Joe Cross (Joaquin Phoenix) entram em conflito, na pequena cidade do título, no Estado do Novo México, no começo da pandemia, em 2020. O que começa como uma briga pelo uso de máscaras – Ted é a favor, Joe, contra – acaba mergulhando o lugar em uma espiral de teorias da conspiração, fake news e violência. Emma Stone é Louise, a mulher de Joe e no passado, ainda adolescente, engravidou de Ted. Austin Butler faz um sujeito enigmático e carismático que acaba por interferir no casamento de Joe e Louise.

Curiosamente, os dois longas-metragens têm pontos em comum que só ficam claros em sua segunda metade – e que não convém detalhar demais para não estragar a surpresa. Tanto Sirât quanto Eddington começam de uma maneira e, a partir de certo ponto, mergulham na mescla de gêneros.

Sirât mergulha no desencanto e no mundo metafísico

Sirât parece realista, mas vai se transformando em uma aventura distópica com ares de Mad Max, sem abdicar do humor. Aqueles ravers saem da Europa para dançar até o dia ficar claro em um país africano. Quando explode a guerra, e militares vêm recolher todos os europeus, os personagens conseguem escapar, e Luis e Estebán vão junto. Logo, porém, eles se veem em uma espécie de purgatório. No Islã, Sirât é a ponte estreita pela qual todos os que entram no paraíso devem entrar. Esse caminho pedregoso tem trajetos surpreendentes – muitas cenas vão deixar o espectador sem acreditar no que está vendo.

Embora o filme mantenha a tensão e explore o visual do deserto, essa parece ser a única preocupação de Laxe. “É uma aventura física, mas também metafísica. A dimensão simbólica é importante. Nós colocamos nossa confiança no cinema e nas imagens, com significados diversos”, disse o cineasta na entrevista coletiva.

Já a exploração temática parece menos interessante do que muitas leituras possíveis, por exemplo, uma exploração do luto, ou que certas tragédias acabam eliminando as diferenças entre aqueles com e aqueles sem privilégios, ou que todos estão sujeitos a serem refugiados. Na coletiva de imprensa, o cineasta disse que, para ele, o importante é: “Chorar, gritar, mas não parar de dançar, mesmo que seja o fim do mundo”. Que esses tempos são difíceis, de desencanto com o mundo, mas também estimulantes. “Precisamos olhar para dentro de nós mesmos”, disse Laxe.

Eddington aborda a fragmentação dos Estados Unidos

Uma das dimensões mais interessantes de Sirât é a família que se forma ali no deserto entre os ravers e aquela dupla de pai e filho. É o oposto do que acontece em Eddington, onde vizinho se vira contra vizinho, alimentados por fake news e teorias da conspiração. “O filme é sobre pessoas vivendo em realidades diferentes. Cada personagem tem uma ideia do que são os Estados Unidos”, disse Ari Aster na coletiva de imprensa do filme.

Em outros tempos, Eddington poderia parecer uma distopia, mas até seus momentos mais absurdos parecem totalmente possíveis de acontecer na realidade – cenas parecidas têm o efeito oposto em Sirât. O diretor disse que escreveu o roteiro “em um estado de medo e ansiedade com o mundo. Queria descrever e mostrar como é viver em um mundo em que ninguém consegue concordar sobre o que é real ou não”.

Aster é habilidoso em passar a sensação de caos e terror que a pandemia exacerbou, após anos de alimentação de fake news e teorias da conspiração que contribuíram para a eleição de Donald Trump à presidência e que ficam ainda mais assustadores com a sua volta ao poder após quatro anos.

Eddington, de Ari Aster
Joaquin Phoenix e Pedro Pascal em cena de Eddington(Créditos: A24 / Festival de Cannes)

Indagado sobre a situação dos Latinos nos Estados Unidos, que estão sendo considerados criminosos mesmo sem passagem pela polícia e deportados para outros países, Pedro Pascal primeiro falou que era temeroso um ator falar sobre qualquer assunto por não estar informado o suficiente. Mas depois disse: “Quero que as pessoas fiquem seguras e protegidas. Eu quero viver no lado certo da história. Eu sou imigrante, meus pais são refugiados do Chile, eu mesmo sou um refugiado. Nós fugimos de uma ditadura, fui privilegiado o bastante por crescer nos Estados Unidos depois de conseguirmos asilo na Dinamarca. Se não fosse por isso, não sei o que teria acontecido com a gente. Então eu apoio essas proteções”.

Ari Aster deixa passar oportunidades de se aprofundar no conflito e nos personagens e por isso a primeira parte se arrasta até o caos realmente se instalar. Ele também se equivoca ao colocar no mesmo patamar a violência de certos homens, principalmente quando se sentem humilhados, com protestos legítimos contra o racismo e a polícia depois do caso George Floyd, por exemplo. Sua tentativa de western contemporâneo funciona nas cenas de ação, mas falha na profundidade que os bons filmes desse gênero intrinsecamente norte-americano sempre tiveram.

Acompanhe nossa cobertura completa do Filmelier em Cannes 2025:

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