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Em ‘Missão: Impossível – O Acerto Final’, Tom Cruise corre para encerrar franquia

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Missão: Impossível – O Acerto Final, estreia desta quinta-feira, 22, tem uma tarefa hercúlea. Afinal, o filme deve encerrar, pelo menos por enquanto, a história de uma das franquias mais bem sucedidas do cinema de ação deste século. Ao lado de John Wick e Velozes & Furiosos, este cinema empolgante de Tom Cruise redefiniu o gênero e, inclusive, ajudou a colocar o astro de vez no panteão de grandes nomes do universo de Hollywood. 

Na direção, a tarefa voltou a cair nas mãos de Christopher McQuarrie, este cineasta que cativou Tom Cruise em 2012, com Jack Reacher: O Último Tiro, e se tornou o parceiro definitivo do astro em Nação Secreta. Este filme, aliás, foi o ponto de virada de Missão: Impossível: foi quando a história cresceu em escala e importância, incluindo várias cenas de ação que se tornaram símbolo da ousadia de Cruise, como ficar pendurado em um avião.

Toda essa grandiosidade do passado, em que cada filme se tornava um evento para saber o que Tom Cruise “aprontaria” daquela vez, já coloca um peso imenso em cima de O Acerto Final. Não apenas o novo longa-metragem da saga tem a tarefa de resolver várias pendências que foram distribuídas ao longo de quase 30 anos de cinema, como também há aquele drama de qualquer sequência: superar tudo o que veio antes. É aquela sensação de escalabilidade que franquias precisam dar, justificando sua existência com malabarismos.

No capítulo final, então, isso se torna ainda mais urgente e necessário. É preciso criar novas ideias para Tom Cruise surpreender enquanto a narrativa deve se encerrar de vez.

A Missão: Impossível, agora, é encerrar a franquia

De certa forma, Missão: Impossível – O Acerto Final cai e não cai nessa armadilha. Por um lado, o filme é bastante inchado. Com quase três horas de duração, sendo o mais longo da franquia, a produção deixa a empolgação um pouco de lado desta vez pra se resolver.

Durante suas duas primeiras horas, o filme quer reverenciar o passado (inclusive com cenas em flashback como se fosse um clipe de tudo que aconteceu) e para explicar, àqueles mais esquecidos, como os personagens Ethan Hunt (Cruise), Grace (Hayley Atwell), Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames) chegaram naquele ponto. É bastante cansativo e tira o impacto da expectativa, sempre à espera de histórias que misturam empolgação e ritmo frenético do começo ao fim. O início é mais lento e menos cadenciado.

'Missão: Impossível - O Acerto Final' fica alguns degraus abaixo do esperado (Crédito: Paramount Pictures)
‘Missão: Impossível – O Acerto Final’ fica alguns degraus abaixo do esperado (Crédito: Paramount Pictures)

Isso é ruim? Não exatamente. O Protetor 3, com Denzel Washington, por exemplo, mostrou que a ação pode acontecer no silêncio e nos olhares. A tensão nasce a partir da projeção de ideias e de ameaças, não de socos e chutes. Além disso, McQuarrie e o diretor de fotografia do filme, Fraser Taggart, colocam um tom quase noventista na imagem, reverenciando o primeiro filme da franquia — até mesmo com granulação em várias cenas.

Foi estranho, porém, ouvir um ou outro bocejo na sessão para a imprensa em São Paulo. Havia uma sensação de que, na ânsia de encerrar a história, quiseram resolver muitas coisas e, acima de tudo, preparar demais o terreno. É como se McQuarrie e Erik Jendresen, os roteiristas, estivessem falando para o público: fiquem de olho, o final será grandioso.

E realmente é — não dá, de forma alguma, para dizer o contrário. Na história de Ethan tentando derrotar Gabriel (Esai Morales), esse vilão que quer tomar o mundo de assalto com uma inteligência artificial com capacidade de acabar com a humanidade, sentimos o protagonista mais vulnerável e humano. São duas cenas encabeçadas por Tom Cruise que deixam qualquer um na ponta da cadeira. Uma delas, envolvendo dois aviões, é histórica.

Ou seja: não dá para dizer que McQuarrie e Cruise não subiram o tom da franquia. Ousaram, brincaram e, na direção contrária de Dominic Toretto e John Wick, criaram um personagem com falhas e sentimentos mais exacerbados. É o ponto alto da coisa toda.

Um vilão fraco

O grande ponto de inflexão, enquanto isso, está nesse vilão péssimo vivido por Morales (Jardim dos Desejos, La Bamba). Não apenas a atuação é carregada de uma artificialidade que desmonta o impacto do filme, como ele nunca é vestido com a capa do vilão absoluto.

Desde Missão: Impossível – Acerto de Contas: Parte Um, ele divide o protagonismo com a tal da inteligência artificial que tenta controlar. Se torna apenas um dispositivo narrativo bem fraco para revelar que a principal ameaça é a tecnologia. Assim, são dois problemas: o vilão nunca se revela no máximo da crueldade e é ofuscado por outra ameaça mais perigosa. 

Personagens secundários em 'Missão: Impossível - O Acerto Final' continuam em destaque (Crédito: Paramount Pictures)
Personagens secundários em ‘Missão: Impossível – O Acerto Final’ continuam em destaque (Crédito: Paramount Pictures)

Teria sido muito mais interessante apostar em apenas um deles para esta parte final, já com a revelação no filme anterior de como Gabriel era uma espécie de intermediário. Mas não. O Acerto de Contas insiste em manter essa dança das cadeiras do vilão, diminuindo a força de tudo. Há, sim, um discurso por trás dessa decisão, como se fosse um olhar crítico de Tom Cruise para a IA. Mas, de novo, tudo é enfraquecido pela falta de unidade e decisão.

Em uma franquia que já teve vilões do nível de Jim Phelps (Jon Voight), Owen Davian (Philip Seymour Hoffman), Cobalt (Michael Nyqvist), Solomon Lane (Sean Harris) e até o subestimado August Walker (Henry Cavill), Gabriel e a IA parece ser um degrau abaixo.

Missão: Impossível – O Acerto de Contas é bom, mas…

Quando os créditos sobem e a tradicional música da franquia sobe, é difícil não segurar um sentimento de frustração. O filme é bom, sim, principalmente pelo desempenho de Tom Cruise, que, em pleno 2025, aos 62 anos, continua entregando cenas de ação que superam nomes mais jovens do mercado. Ele é imbatível e entrou, sem questionamentos, no panteão de astros de Hollywood — se tornando, assim, quase um sobre-humano, um mito.

Porém, não é tão bom para encerrar uma franquia dessa importância. Dá pra arriscar dizer que quase todos os outros filmes da franquia são melhores — com exceção do terceiro capítulo, mal conduzido por JJ Abrams, e talvez, também, o subestimado segundo filme de John Woo. Falta mais impacto, ousadia e, acima de tudo, uma narrativa mais interessante.

É aquilo: Missão: Impossível se tornou uma franquia tão importante que é difícil colocar um ponto final. Já é preciso crescer tanto pra finalizar que fica a sensação de que um filme assim não basta. É o monstro criado, quase sem querer, e que não dá mais para domá-lo.

Agora, por fim, fica só o questionamento: será que Tom Cruise, tão vaidoso e consciente de sua importância, vai realmente encerrar a saga em um capítulo tão dividido? Arrisco dizer que não e que mais alguma coisa vai surgir no caminho nos próximos anos. A ver.

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